Dias desses fui parar no "Janjão" (Prnto socorro- Municipal). Não porque quis e sim por forças maiores. Lá estive. Local de difícil acesso e de difícil estacionamento; prédio feio e de estrutura ultrapassada; recepção pequena e deprimente, salas apertadas, consultórios minúsculos e sem ventilação; o desconforto é geral (para quem trabalha, para o acompanhante e para o paciente), equipamentos velhos e obsoletos, banheiros (sem comentários), profissionais despreparados técnico e psicologimente (alguns com boa vontade), dentre outras mazelas.
Em relação há um dia inteiro que tem 24 horas, fiquei por lá apenas 01h 20 min a espera da pessoa a ser liberada. Nesse curto espaço de tempo, presenciei muitas dores, assisti muito sofrimento, vi lágrimas, testemunhei desespero e acima de tudo, senti medo e compartilhar a insegurança que estava estampado nos rostos dos pacientes e dos familiares.
Na área interna: ambiente confuso; o grave junto com o menos grave. A frieza e o desinteresse é quase regra e, a distância da realidade dos profissionais é notória e assustadora; a inexistência de gestos humanitários ; a repulsa dos médicos em um simples toque; olhares perdidos e famintos de atenção numa profunda e angustiante espera.
Senti na pele o desrespeito dos administradores do órgão, a escassez de caráter dos homens públicos e acima de tudo, a auseência de hombridade do senhor prefeito (eleito e reeleito de forma incontestável).
Digo que quem vai parar num lugar daqueles é porque as coisas realmente não estão bem.
O que ouço, leio e assisto é que a "saúde" financeira da Saúde, esta em "coma", faz muito tempo.
Sempre dizem que o Governo Federal não paga o que deveria, que o Estado não repassa o que deveria e assim sucessivamente.
Só que, quando compramos algo, pagamos algo, ninguém nos pergunta como está a nossa "saúde" financeira e os impostos embutidos, nos são tirados (ou saqueados?) sem nenhum tipo de questionamento. Resumindo:"Dê a Cezar o que é de Cezar" ou seria melhor: "Cezar tira o que Cezar julga ser necessário". Necessário pra quê ou pra quem? Pra nós (lheguelhés), certamente que não é.
Mas, para um "PS"(Pronto Socorro) digno ou próximo disso não existe verbas. Porém, com abundância de dinheiro público e, em tempo recorde, numa região cara e muito valorizada (área nobre), uma construtora com vasta experiência e uma ampla equipe de profissionais, executou a obra com maestria. Ergueram um suntuoso prédio; levantaram um verdadeiro templo com edificação futurista e materiais de primeira qualidade. Um verdadeiro "palacete" de utilidade pública totalmente questionável e fantasiosa, restrita e llimitadissima.
Ali, de frente a Rodoviária foi edificado o majestoso, o grande: "TAJ MAHAL" municipal francano, ou melhor, a Câmara Municipal. ("Teatro Particular" municipal ou o "Circo Particular" municipal? Mas, quem vai ficar no palco, ou melhor, no picadeiro?? Quem será a platéia? Os 400 mil vira-latas ou os 15 gatunos? Ser Palhaço é uma profissão bonita, romântica, humilde e lúdica; reconhecidamente prazerosa, por nos proporcionar bons momentos e boas gargalhadas e, a encantar gerações, mas ser feito de palhaço é algo nojento e inaceitável).
Um prédio que seguramente pderia ser uma escola, um hospital, uma casa de recuperação, uma biblioteca, um cinema, um teatro ou o próprio PS (Pronto Socorro).
Não, nada disso!! "Ao contrário do povo (eumucos), "eles" (sultãos, paxás, marajás) necessitam e merecem muito mais de conforto, merecem um local de fácil acesso, merecem salas amplas, merecem ar condicionado, carros oficiais, estacionamento privativo, Afinal: essa "dizia" de individuos vão "trabalhar" (um no microfone e os demais folheando jornais,revistas, falando ao celular... demonstrando o absoluto interesse pelo o assunto da comunidade), arduamente por 01 ou 02 dias na semana; por uma, duas ou até três intermináveis horas. Essa vida dura, sofrida e ingrata por um mísero salário de aproximadamente $ 5.500,00. - Quando sofrimennto?! Uma vida profissional muito mais árdua e sofrida e, de remuneração muito aquém do que a de um motorista de ambulância, do que a de um atendente, de um enfermeiro, de um médico platonista. Profissionais esses que atuam noite ou dia e não têm o direito a finais de semana com a família, natal, dias das mães, dia dos pais e tantas outras datas festivas.
Estas autoridades (particularmente acho que AUTORIDADE é aquele que detêm no mínimo Mestrado) só precisavam devolver em forma de serviços e com alguma dignidade o que receberam nas urnas. Semínima ou horda?
O interessante é que, "nós", somos bastante ecléticos e temos representantes em todas as esferas; seja no municipal, estadual ou federal. Na sua maioria ou na sua totalidade, não servem de exemplo bom ou de alicerce e sim, de "obrigatórios" e "supérfluos" telhados de cristal.
Estes senhores deveriam deixar o conforto dos gabinetes, deixar o cafezinho fresco e sempre quentinho servido a todo momento e levar seus gabinetes para os locais de atendimento público e passar um dia por lá; ver com os próprios olhos, o que é ser pobre neste país. O que é ficar num lugar daqueles com dor, muitas vezes com fome, com frio, sem dinheiro até para voltar pra casa. O que é depender de Órgãos Públicos. Assim, quem sabe, tomar atitudes dignas para um povo escorchado e esfolado por um sistema escravista e doentio.
Porém, o que fazer!? A quem recorrer!? DEUS?? Esqueçamos "Deus" neste momento, ELE certamente se sente muito envergonhado de também ser PAI daquelas criaturas.
Cada País, cada Estado e cada Cidade tem os governantes que merece!
Fico confuso. Estou confuso. Não sei com qual sentimento devo me resumir.
Talvez, deveras revoltado ou enojado?! Feito de tolo ou de idiota?! Sei Lá...
Sei que não sou um reles numero, não sou um simples indivíduo na multidão; sou cidadão pagador de meus simples e custosos compromissos e de quebra, sou, ou melhor, somos fiadores de todas as promessas que "eles" fizeram, fazem e continuarão fazendo.
Megalomaníacos criando amargas ilusões.
Não estaria na hora de darmos um grito de independência? Um basta em tanta humilhação!
Sozinho: sou apenas um sopro, uma brisa, vento brando; juntos (o povo0: somos furacão.
É óbvio que eu poderia ter sintetizado tudo isso, mas não quis, não quero e não devo.
Tenho vontade de VOMITAR (peço desculpas) em plenário, mas...
Aqui, nessas "breves" linhas, acabei de fazer isso.
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